Há mais de um ano tenho andado por ai com as coisas do Leo, não tenho uma caixa, uma mochila ou algo assim, mas depois que ele foi embora, bom, foi tudo o que me restou. Aquele meu velho e surrado cobertor já não esquenta como antes, já eu velha e surrada não sorrio como antes, o vejo em calçadas de alguma rua qualquer, intacto, inabalável e inquebrável como sempre, e eu ali ainda juntando pedacinhos. E continuo para cima e para baixo naquelas ruas do Leo, carregando pra cima e pra baixo as coisas do Leo, às vezes vejo um tênis azul e laranja com passos firmes por ai, às vezes ouço aquelas musicas que me faziam sorrir, e às vezes, nas mais difíceis vezes, quando a saudade se transforma em dor, procuro nas coisas do Leo, as memorias que mais me incomodam, como aquelas fotos em que não era eu ao lado dele ou aquela carta que foi jogada fora e, por algum motivo eu guardei, junto com as palavras que juntei nem sei por que, talvez então sejam elas, as palavras, que tu escreveste com juras e promessas (que nunca se cumpriram), a lembrança mais nítida e dolorida guardada naquela bagunça. E então tu me voltas com desculpas com ar de arrependimento com um “é faz tempo”, me voltas com um “necessito te ver”, me surpreende de novo, e de novo, me pergunto se o meu menino ainda esta dentro de ti, mas descubro no mesmo segundo que ele nunca saiu dali, pois é meu menino cresceu, diz que quer ser homem cheio de caráter e responsabilidade, diz que precisa de mim. E eu? Bom, eu gosto muito de você Leãozinho.
Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te. (William Shakespeare)
domingo, 7 de agosto de 2011
Gosto muito de você leãozinho .
Há mais de um ano tenho andado por ai com as coisas do Leo, não tenho uma caixa, uma mochila ou algo assim, mas depois que ele foi embora, bom, foi tudo o que me restou. Aquele meu velho e surrado cobertor já não esquenta como antes, já eu velha e surrada não sorrio como antes, o vejo em calçadas de alguma rua qualquer, intacto, inabalável e inquebrável como sempre, e eu ali ainda juntando pedacinhos. E continuo para cima e para baixo naquelas ruas do Leo, carregando pra cima e pra baixo as coisas do Leo, às vezes vejo um tênis azul e laranja com passos firmes por ai, às vezes ouço aquelas musicas que me faziam sorrir, e às vezes, nas mais difíceis vezes, quando a saudade se transforma em dor, procuro nas coisas do Leo, as memorias que mais me incomodam, como aquelas fotos em que não era eu ao lado dele ou aquela carta que foi jogada fora e, por algum motivo eu guardei, junto com as palavras que juntei nem sei por que, talvez então sejam elas, as palavras, que tu escreveste com juras e promessas (que nunca se cumpriram), a lembrança mais nítida e dolorida guardada naquela bagunça. E então tu me voltas com desculpas com ar de arrependimento com um “é faz tempo”, me voltas com um “necessito te ver”, me surpreende de novo, e de novo, me pergunto se o meu menino ainda esta dentro de ti, mas descubro no mesmo segundo que ele nunca saiu dali, pois é meu menino cresceu, diz que quer ser homem cheio de caráter e responsabilidade, diz que precisa de mim. E eu? Bom, eu gosto muito de você Leãozinho.
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