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Todos os dias choro,
Todos os dias...
Nem um passa em branco,
Todos eu mancho com minhas lágrimas.
Por ter certeza que não consigo,
Por não ter força pra alcançar,
Por querer tanto um abrigo,
Por não conseguir me levantar.
Minhas pernas estão quebradas,
Da minha boca sai sangue,
Nos meus olhos só há lágrimas,
Na minha vida um aclame.
Uma multidão de gafanhotos,
Ladrões, que tudo me levou,
Meus sonhos, alegrias e desgostos,
E ainda a certeza de um amor.
Não sei até quando
Vou ficar nessa situação.
Até quando vais pulsar ó coração?
Pare de pulsar, não me dê esperança,
Não me dê vida, me deixe morrer
Nessa estrada sofrida.
Tantos passam pra lá e pra cá,K
Preocupados com os seus afazeres
Ninguém me ajuda, ninguém me iluda,
Dizendo que sou um dos seus deveres.
Deixe-me aqui, no chão quente,
No sol pino, vá em frente,
Vá eu não ligo.
Talvez eu mereça.
O que estou dizendo?
Tomare que essa dor se aqueça
Que as idéias se calem,
Que de escrever eu canse,
Que de falar eu pare.
A pior parte na hora da morte
É você não ter a sorte
De morrer logo.
Antes a enciclopédia de sentimentos
Que há em ti grita e clama socorro
Pelo desgosto de não ter
Invadido antes o pensamento.
O tempo passa, todos passam
Menos eu.
Estou largada e a maioria pergunta:
“Será que morreu?”
Todos os dias, todos os dias.
Às vezes me dá vontade de sorrir,
Mas eu seguro,
Pois antes de sorrir quero morrer.
Todos os dias...
Choro...
Choro...
Todos os dias choro
Todos os dias,
Nem um passa em branco,
Todos eu mancho com minhas lágrimas.
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